O DESEMPENHO DA IGREJA NO PROCESSO DE DEMOCRATIZAÇÃO

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1. Premissa
Dois defeitos mentais podem assaltar-nos, toda vez que estamos a
estudar um tema: a miopia intelectual ou a presbiopia científica. Quando
somos vítimas de miopia intelectual temos de nos aproximar muito do
objeto estudado e passamos a nos preocupar com pormenores que, a força
de serem olhados muito de perto, acabam assumindo proporções enormes
e adquirindo importância não adequada à sua situação no todo. Se nos ataca
a presbiopia mental, então tendemos a nos afastar demais da coisa estudada,
olhando-a de tão longe que a nossa tendência é a de considerar mais o
conjunto que as partes.
No mundo jurídico parece que a uma geração míope se sucede a outra,
presbíope. É nossa intenção ao tratarmos este tema fazê-lo gravitando no
meio destas gerações, tentando dar um aspecto conciso ao argumento em
questão.
O tema: “O Desempenho da Igreja no processo de democratização:
uma visão jurídica da sociedade angolana”, refere-se, evidentemente, nas
relações entre Igreja e Estado (em Angola), num período que vai desde a
independência até a vinda da paz em 2002. É uma relação que existe entre
a comunidade religiosa e o Estado como comunidade política sob o aspecto
jurídico. Cada um no seu próprio campo, cada um com o seu fim específico,
mas ambos servindo a mesma pessoa. Deriva assim, que em alguns momentos
as duas instituições se encontrem. Estes encontros instauram relações que
podem ser de amizade ou menos.

A nossa intenção é de trazer à luz do sol, de forma sistemática e
metódica, o quadro real da situação social, política, económica e jurídica do
Estado da República de Angola.